Mundo RH

Como a análise coletiva transforma o RH

Mundo RH Episode 250

No mundo do trabalho, a discussão sobre “pessoas certas, no lugar certo” ganhou uma camada nova: entender não só o indivíduo, mas o comportamento do time como um organismo vivo. Ao mesmo tempo em que cresce a pressão por resultados, líderes lidam com squads que se formam e se desfazem rapidamente, aumento de burnout e dificuldade em reter talentos.

É nesse cenário que entra a RH99, uma RH tech brasileira especializada em instrumentos digitais de avaliação psicológica e soluções de psicometria apoiadas por tecnologia e inteligência artificial. No centro dessa operação está a plataforma RX, que faz o mapeamento motivacional de equipes inteiras e ajuda o RH a tomar decisões mais assertivas sobre contratação, desenvolvimento e organização de times.

Neste episódio do podcast Mundo RH, Francisco Carlos conversa com Marco Sinicco, CEO da RH99, sobre como a análise comportamental coletiva está redesenhando o papel do RH e da psicologia organizacional dentro das empresas.

A conversa parte de um ponto pouco explorado do dia a dia corporativo: os “atritos silenciosos” – aqueles conflitos que não aparecem em relatórios, mas que corroem performance, clima e engajamento. A partir de um teste motivacional de personalidade, o Human Guide – tropicalizado para o Brasil, validado pelo Conselho Federal de Psicologia e integrado à plataforma RX –, a RH99 consegue mapear o “DNA motivacional” de cada pessoa em apenas dez minutos de respostas.

Com esses dados, a plataforma cruza perfis, simula cenários e mostra como líderes, gestores e equipes tendem a reagir sob pressão, colaborar entre si ou reter informações. O objetivo não é rotular ninguém, mas oferecer uma visão sistêmica: quem se complementa, onde estão os pontos de atrito, quais equipes têm mais propensão a ruídos de comunicação e que tipo de perfil faz sentido adicionar em uma nova contratação.

Marco explica como esse olhar coletivo muda a lógica tradicional do processo seletivo. Em vez de buscar apenas o “gênio da lâmpada” em termos técnicos, o RH passa a enxergar se aquele talento, na prática, vai fortalecer ou desorganizar um time que hoje funciona bem. A análise comportamental coletiva também apoia decisões de movimentação interna, sucessão de liderança e formação de squads, usando simuladores que testam combinações de perfis antes mesmo da mudança acontecer.

Outro ponto central da entrevista é a prevenção de burnout e riscos psicossociais. A plataforma RX cruza variáveis como estilo de liderança, nível de sensibilidade, dinâmica de equipe, gênero e faixa etária para apontar colaboradores que podem estar mais expostos a esgotamento – um tema que ganha ainda mais relevância com a entrada em vigor de normas que cobram das empresas ações preventivas na gestão de riscos psicossociais. A tecnologia não substitui o psicólogo organizacional, mas amplia sua capacidade de leitura e de atuação de forma antecipada, antes que a situação vire um caso grave ou judicial.

Marco também fala sobre o impacto direto na redução de turnover. Ao mapear o clima real das equipes, identificar ambientes mais tóxicos e readequar perfis de liderança e liderados, as empresas reduzem desligamentos caros, evitam contratações equivocadas e constroem times mais engajados. A ferramenta, diz ele, não é “barata” – mas custa menos que lidar com times desfuncionais, perda de talentos e imagem arranhada no mercado.

A entrevista aborda ainda os bastidores da adoção desse tipo de solução. Segundo Marco, o maior desafio não é técnico, é cultural: exige vontade da alta liderança de olhar para dados que podem revelar problemas em diretorias, sucessões mal encaminhadas e culturas que não conversam com o discurso oficial. Muitas empresas começam por um departamento crítico, colhem resultados e só depois expandem o uso da plataforma para toda a organização.

Outro gargalo é a formação dos profissionais que vão operar ess